quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Emoções

Hoje sonhei um sonho complexo. Havia cenas que se entrecruzavam. E havia emoções como ciúmes, raiva etc. Começou comigo dentro de uma loja de cabelo, algum tipo de salão de cabeleireiro. Havia porta-revistas de inox espalhados pelo lugar que era estreito com alguns espelhos. As revistas nos porta-revistas (havia vários desses objetos, pelo menos quatro) ilustravam corte de cabelo. Mostravam fotos de vários cortes de cabelo. Nisso entrou uma jovem negra, magra delgada e alta na loja. Seus cabelos eram cacheados de comprimento curto a médio. Com pontas claras. Mas ela precisava cortar e estava receosa. Tinha medo que não fosse ficar bem. Daí eu procurei olhar para o cabelo dela e aconselhá-la dizendo que o corte valorizaria ainda mais o porte dela que era bonito. Ela foi se convencendo aos poucos. E saiu da loja. Depois que ela saia eu pensava comigo: cortar o cabelo seria uma forma de se re-significar. Ao folhear as revistas novamente vi a foto de um grupo (como se fosse foto de facebook) na qual identificava uma menina de óculos juntos com outras pessoas. E identificava como se fosse a jovem que antes tinha entrado na loja (ou alguma outra conhecida). Na foto da revista eu identificava a pessoa na foto como a personagem Garrafinha dos desenhos. Nisso já lembro de estar dentro de um ônibus que parava num ponto, e o Diego ia lá fora fazer alguma coisa, talvez xixi mas não tenho certeza. Essa jovem parecia também estar no ônibus. O motorista ia sair com o ônibus mas pedi para aguardar e o Diego conseguiu entrar. Parece que a tal jovem tbm se esforçou para o motorista não avançar. Nisso na pista de asfalto (o "rodapé" da calçada da pista era pintado de branco como vias de cidades pequenas) mais a frente havia dois cachorros na pista. E um deles estava deitado mais para o meio da pista com a pata estendida no chão. Ele era cor de caramelo igual a cor da Vitória. Se o ônibus continuasse em linha reta passaria por cima da pata do cachorro. Então o motorista desviou o que me deixou muito feliz pois não passou em cima do cachorro. E comentei com o Diego sobre o evento que acabara de acontecer. No sonho não lembro o momento em que descemos do ônibus. Mas eu estava com a revista com a foto comigo. Estávamos na Baixa do Sapateiro próximo ao viaduto que faz divisa com o Pinheiro. Ali estavam muitas outras pessoas, que pareciam estar em passeata com a ONG Luta Pela Paz. Parte das pessoas estava armada embora fosse pessoas normais, senhoras, jovens, adolescentes e crianças. Havia policiais espalhados, uns poucos, mas havia. E havia esse grupo armado afastado do pé do morro, tipo onde é a pracinha, apontando as armas para o alto do morro. E outro grupo mais protegido próximo ao pé do morro, no caso de tiroteio. O grupo de pessoas normais estava atirando para o alto do morro. Mas as balas estavam ricocheteando e voltando para o chão aumentando o risco de quem estava na encosta do morro do Timbau. Com isso, no sonho, senti uma forte sensação de insegurança e medo. Pensei em ir embora. Fui na direção de um beco no pé do morro. Ali perto encontrei o Fábio-mentor. E falei sério com ele: eu sei o que vocês estão fazendo. Diferentemente deles, eu não sou burra. Fábio ria mas dava de ombros. Era como se eles atirando para cima era pra fazer com que os traficantes no morro revidassem e a polícia os conseguisse localizar. Quis mostrar a foto antiga da revista para a mulher. Ela jogou fora a foto, quando eu quis mostrar tbm para o Diego já não tinha mais foto. Senti como se ela estivesse dando em cima dele e senti ciúmes e fiquei com raiva. Decidi ir embora. Eu estava com as nossas alianças na mão e pensei em levar, sem falar nada, para casa e guardar na gaveta. Atravessei a rua para o lado das pessoas normais que estavam atirando para o alto. Mas parece que a raiva passou. Percebi que era coisa da minha cabeça. Quando acordei do sonho acordei bem. Tranquila.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

https://www.youtube.com/watch?v=ZynGq8qCYh8

O homem, o medo e as crianças

A minha lembrança de sonho esta noite mexeu comigo. Acordei introspectiva e sensível ao sonho. Minha lembrança é a seguinte, eu chegava a um terreno onde havia uma casa alta, de pelo menos dois andares. A aparência dessa casa era muito pobre. E lá havia um homem com muitas filhos, pelo menos três crianças. Essa casa ficava do outro lado da rua da FioCruz, da ENSP. Onde parecia que eu estava trabalhando prestando serviços, mas que eles iriam assinar minha carteira. Pediam meus documentos de imediato, eu ficava de trazer já que por algum motivo eu pedi para adiar a contratação até o dia seguinte. Parece que havia três áreas dentro da empresa que gostariam de me contratar, por isso a admissão era uma verdade. Algo real. Já combinávamos horário de almoço e tudo. Ali era a Secretaria Acadêmica da ENSP onde trabalhei em 2004. Resolvida as questões sai para o almoço e fui nessa casa em frente a Fiocruz. Mas o pai daquela família, aquele homem, se escondia de mim. Ele queria que eu fosse embora, e nem queria que suas crianças falassem comigo. Puxei assunto com um menino pequeno 3 a 4 anos que fazia alguma tarefa com as mãos sendo que estava de cócoras. Ele pareceu receptivo, mas seu pai logo me impediu de conversar chamando-o e colocando todos os filhos nos braços. Sua esposa havia falecido, e ele estava muito triste e amargurado. Ele se fechou. Parecia ter medo que algo análogo se repetisse, e os fizesse sofrer novamente. Por isso irracionalmente protegia a si próprio e aos seus filhos. Era como se eu o quisesse persuadir a continuar fazendo algo que ele fazia brilhantemente, talvez seja cozinhar. Ele cozinhava muito bem, e poderia ter muito sucesso ali cozinhando. Mas ele chamava seus filhos para seu colo. Parecia ter medo de mim, muito medo. Ali eu estava sendo indesejada. Parece que ele montou uma espécie de botequim para vender licores e cachaças para subsistência. Tinha alguém lá com ele, um cliente talvez. Puxei assunto mas ele me deu pouca atenção. Ao descer para ir embora avisei que um tacho que parecia aquecendo no forno estava fervendo e transbordaria em pouco tempo. Ele desdenhou mas percebeu ao verificar que eu estava certa. Desci dessa casa simples de ambiente escuro, que mais parecia um barraco e fui em direção a Fiocruz. Precisei passar por entre alguns traficantes e uma ponte estreita e frágil para chegar ao lado da Fiocruz. Esse relato é o que me lembro melhor do meu sonho. Interpretações: não sou capaz de definir interpretação para esse sonho que se pretenda total. A primeira impressão foi, após acordar com desconforto emocional, é que esse homem possa ter alguma relação comigo. Parece que, assim como ele, um trauma antigo, talvez seja a separação dos meus pais, me deixou lesionada e com medo de deixar as pessoas se aproximarem. Assim como ele, ainda que a pessoa tenha boas intenções, reajo instintivamente para me proteger, com medo que o trauma anterior se repita. No sonho, a esposa dele morreu. Na minha vida a separação de meus pais foi traumática. Senti-me abandonada, inteiramente. [...]